terça-feira, 13 de outubro de 2015

TEXTO DESCRITIVO- CONTEXTOS DA OBJECTIVIDADE E DA SUBJECTIVIDADE

TEXTO DESCRITIVO- CONTEXTOS DA OBJECTIVIDADE E DA SUBJECTIVIDADE



UM FILHO É PAI

Tinha-me acontecido quem eu tinha inventado-
Devia afogar-me para fora da metáfora e da retórica…
Um Cristo pânico ou um Baco sacrificante?
Alinhava palavras… era uma forma de esperar. Não me interrompa azúleo menino!
…poucos parvos… uma mulher pode ser íntima…
a admoestação compungida… algures uma penetração
no exterior…
é TUDO imaginário ninguém perde substância no que é.

Que crueza , pai , e que inverosímil mistura , não somos a mesma religião
concluo por hora , agora.
‘Eu quero ser fecundo, pai.’- Ser o alfaiate de minhas pregas e dobras
recolocar os pontos cruz na calça(da) costurada na noite á luz de vela.
Meus olhos ouvem e bebem convites. Não é blasfémia! Antes do cansaço todos os amores
são fátuos e o teu importuno. Quando pensei diante de ti, ameaçaste-me-
com a coincidência repititiva , condenaste-me a infernos frios.
O que que é curioso é que todos se dão conta da causalidade.
A sintonia iluminada de escutar o milagre?
Não vês que ainda sou tão menino, que estou no começo da reflexão filosófica,
perdido na triforme humana constituição: raiz , folha , fruto .
Desenvolverei meus superiores talentos, longe do teu anelo,
nas conchas das marés e em várias profundidades.

Enraizarei, talvez possa então chamar te : filho!





CHORO VISTOSO DA CRIANÇA

A flor fechou-se!... Alaranjada permaneceu a terra
como rasgo de lâmina aguçado trespassando…

está frio em mim...bebo mais um gole...
quebro-me no planificado solo de luzes e cinzas
revestido de olhos que verão a Noite.
Onde estamos?
Para onde rumam os sonhos, lá no interior das gotas de água,
o tempo nos dirá;
Raramente a água discursa para falar do mistério do tempo,
entre os vivos e mortos.
Vendo ondas que se sucedem e nunca a mesma retorna,
além as formas das cidades suspensas,
o mofo envolvente - como colar de diamante posto em corpo estranho -.
Num tumulto o perscrutar das coisas, irrompe minuciosas palavras: a Erudição.
Da janela do Meu esquecido lado, vejo o frescor da visão.
O choro vistoso da Criança pronuncia raro eco.
Dos mapas conceituais falarei mais tarde … ou não…

Um singelo e mesmo fugaz Olhar Teu, minha irmã,
aplacará o soluço , a distância - furtiva lágrima…
não me deixes  .






CÓPIA REPETITIVA
Caíra por acidente numa fotocopiadora.
Copiava se vezes sem conta,
vítima da causalidade mútua,
[ele e a fotocopiadora]
Preto no branco e branco no preto
gémeos inversos do universo
fantasmas de um gesto.

É a pena do escritor
herdeiro remoto do drama cósmico.

E mais cópias de si próprio.
Num mecanismo encravado,
repetitivo movimento da cópia,
quase demónio imemorial
inverno estéril resplendeu
o tédio.

Fartou se,
muniu se do bastão ecológico,
era de madeira, de árvore,
destruiu, num golpe rápido
a fotocopiadora.

Doravante,
restaria mudo.

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