domingo, 25 de outubro de 2015

DESCODIFICAÇAO DO RACIOCÍNIO LÓGICO

Raciocínio lógico
Em lógica, pode-se distinguir três tipos de raciocínio lógico: dedução, indução e abdução. Dada uma premissa, uma conclusão, e uma regra segundo a qual a premissa implica a conclusão, eles podem ser explicados da seguinte forma:
·         Dedução corresponde a determinar a conclusão. Utiliza-se da regra e sua premissa para chegar a uma conclusão. Exemplo: "Quando chove, a grama fica molhada. Choveu hoje. Portanto, a grama está molhada." É comum associar os matemáticos com este tipo de raciocínio.
·         Indução é determinar a regra. É aprender a regra a partir de diversos exemplos de como a conclusão segue da premissa. Exemplo: "A grama ficou molhada todas as vezes em que choveu. Então, se chover amanhã, a grama ficará molhada." É comum associar os cientistas com este estilo de raciocínio.
·         Abdução significa determinar a premissa. Usa-se a conclusão e a regra para defender que a  premissa poderia explicar a conclusão. Exemplo: "Quando chove, a grama fica molhada. A grama está molhada, então pode ter chovido." Associa-se este tipo de raciocínio aos diagnosticistas e detetives.
·          
O pensamento inteligente ou, para ser mais exacto, o raciocínio dedutivo, era o recurso mental que o detective fictício Sherlock Holmes alegava usar para solucionar crimes. A imagem que Arthur Conan Doyle faz de Holmes é a de um racionalista calmo e implacável, que  tudo observa para detectar e interpretar as pistas mais importantes. Esse tipo de pensamento sistemático – a habilidade de manter em foco um objectivo enquanto trabalha com metas menores que conduzem ao todo – é um dos atributos especiais da mente humana. Uma habilidade essencial para desvendar passatempos lógicos é saber “pensar fora da caixa”, porque, mesmo com todas as pistas à mão, a resposta pode não ser a mais óbvia.
Assim como passatempos numéricos, os passatempos lógicos utilizam o lado esquerdo do cérebro. O pensamento inteligente geralmente exige observar “pedaços” de informações e reuni-los da mesma maneira que você montaria um quebra-cabeça ou as partes de um móvel modular. Pode ser preciso também ficar alerta aos detalhes visuais, além de recuperar e categorizar diferentes tipos de informações factuais, sejam elas apresentadas como números ou palavras, formas ou cores, ou uma mistura de tudo isso.
Outros processos mentais lógicos necessários são a decodificação de informações (por exemplo, descobrir como os códigos foram elaborados), detectar e utilizar sequências, formando em sua mente uma idéia do conceito por trás de um passatempo. Frequentemente você precisará testar idéias ou hipóteses diferentes sobre como as informações fornecidas em um passatempo se relacionam entre si, mas este processo de tentativa e erro é uma parte importante do raciocínio lógico.
Desenvolver sua habilidade de pensar e raciocinar de forma inteligente e usar os diferentes aspectos da lógica são a chave para ter sucesso na vida cotidiana, porque permitem resolver problemas práticos. Além disso, podem ajudar você a  beneficiar da capacidade de antecipar possíveis barreiras ao seu progresso.
Desafios de Raciocínio Lógico
A palavra “lógica” vem do grego logos, que significa “palavra, fala ou razão”. Alguns de nós chegamos a conclusões pelo caminho do detective, observando as evidências e informações disponíveis e avaliando as opções. Outros são mais instintivos. Os dois tipos de raciocínio podem exercitar-se com desafios e melhorar sua capacidade de análise e raciocínio.
Veja exemplos de passatempos que desenvolvem o raciocínio lógico e tente descobrir as respostas:
Desafio 1.Enigma
Minhas segunda e terceira
nos dão o que respirar.
Minhas segunda, quarta e quinta,
o que no basquete acertar.
Sem minhas terceira e quarta,
sou uma inverdade inculta.
Sem minha quarta meu preço é alto
e até gera culpa.
Sem minhas quarta e quinta,
sou ainda eu mesmo, em inglês.
Inteiro transporto cinco, mas
guio só um por vez.

Desafio 2.Palavras em fúria
Pense em palavras que terminem em -ria. Avaria e lataria são duas delas. Há apenas três palavras compondo a nossa língua. Qual é a terceira? Você  usa-a todo dia. Se você leu o enigma com cuidado, vai encontrar a resposta facilmente.
- http://www.selecoes.com.br/jogos-de-passatempo-para-desenvolver-seu-raciocinio-logico#sthash.dFePXkp0.dpuf                                                                                                                                                                                                                                                                                      INTERPRETAÇAO E APREENSAO          

 Ensinar a compreender é ensinar explicitamente estratégias para abordar um texto. Estratégias de comprensão são “ferramentas” de que os alunos se servem deliberadamente para melhor compreenderem o que lêem, quer se trate de ficção ou de não ficção. Essas estratégias ocorrem antes da leitura de textos, durante a leitura de textos e após a leitura de textos.
ESTRATÉGIAS A UTILIZAR DURANTE A LEITURA
Fazer uma leitura selectiva

Criar uma imagem mental ( ou mapa mental) do que foi lido ( associações, experiências sensoriais – cheiros, sabores – sentimentos, etc.)

Sintetizar à medida que se avança na leitura do texto

Adivinhar o significado de palavras desconhecidas

Se necessitar, usar materiais de referência ( dicionários, enciclopédias )

Parafrasear partes do texto


AUTOQUESTIONAMENTO

O que tenho de ler devagar e com muita atenção?
O que posso ler mais depressa?
O que não preciso de ler?
O que tenho de reler?
EX:
Se quero saber  a que horas é jogo de futebol, não preciso de ler a programação dos restantes canais. Posso ler depressa o nome dos programas até chegar ao que  quero.
De que imagens me lembro quando leio o texto?
Ex:
Do sabor do bolo?
Do calor na praia?

Qual a informação mais importante do parágrafo?
Como posso dizer a informação em poucas palavras?
Como é que descubro o significado da palavra?
Que é que a palavra me faz lembrar? ( associação de ideias)
Que pistas posso encontrar se ler o que está antes e depois das palavras?
Como posso dizer o mesmo que o autor, usando outras palavras?
Ex:
“ Veio a noite e quando o Sol nasceu o grão-vizir olhou em redor e não foi capaz de descobrir um único dos quatrocentos camelos”

Quando amanheceu o grão-vizir não viu nenhum camelo.

TEXTO DESCRITIVO

O texto descritivo, sob o ponto de vista da sua produção e funcionamento discursivo, com base na ideia de que um texto se define pela sua finalidade situacional - todo o acto de linguagem tem uma intencionalidade e submete-se a condições particulares de produção, o que exige do falante da língua determinadas estratégias de construção textual. Em cada texto, portanto, podem combinar-se diferentes recursos (narrativos, descritivos, dissertativos), em função do tipo de interacção que se estabelece entre os interlocutores. Nesse contexto teórico, o texto descritivo identifica-se por ter a descrição como estratégia predominante.
Inserindo-se numa abordagem mais geral sobre os mecanismos de elaboração textual, com base nos conceitos de coesão e coerência, o trabalho pedagógico de leitura e produção do texto de base descritiva deve partir dos seguintes pontos:

a) O texto de base descritiva tem como objectivo oferecer ao leitor /ouvinte a oportunidade de visualizar o cenário onde uma acção se desenvolve e as personagens que dela participam;
b) A descrição está presente no nosso dia-a-dia, tanto na ficção (nos romances, nas novelas, nos contos, nos poemas) como em outros tipos de textos (nas obras técnico-científicas, nas enciclopédias, nas propagandas, nos textos de jornais e revistas);
c) A descrição pode ter uma finalidade subsidiária na construção de outros tipos de texto, funcionando como um plano de fundo, o que explica e situa a acção (na narração) ou que comenta e justifica a argumentação;
d) Existem características linguísticas próprias do texto de base descritiva, que o diferenciam de outros tipos de textos;
e) Os advérbios de lugar são elementos essenciais para a coesão e a coerência do texto de base descritiva, permitindo a localização espacial dos cenários e personagens descritos;
f) O texto descritivo detém-se sobre objetos e seres considerados na sua simultaneidade, e os tempos verbais mais frequentes são o presente do indicativo no comentário e o pretérito imperfeito do indicativo no relato.
O que é um texto descritivo

Segundo Othon M. Garcia (1973), "Descrição é a representação verbal de um objecto sensível (ser, coisa, paisagem), através da indicação dos seus aspectos mais característicos, dos pormenores que o individualizam, que o distinguem."

Descrever não é enumerar o maior número possível de detalhes, mas assinalar os traços mais singulares, mais salientes; é fazer ressaltar do conjunto uma impressão dominante e singular. Dependendo da intenção do autor, varia o grau de exactidão e minúcia na descrição.

Diferentemente da narração, que faz uma história progredir, a descrição faz interrupções na história, para apresentar melhor um personagem, um lugar, um objecto, enfim, o que o autor julgar necessário para dar mais consistência ao texto. Pode também ter a finalidade de ambientar a história, mostrando primeiro o cenário, como acontece no texto abaixo:

"Ao lado do meu prédio construíram um enorme edifício de apartamentos. Onde antes eram cinco românticas casinhas geminadas, hoje instalaram-se mais de 20 andares. Da minha sala vejo a varandas (estilo mediterrâneo) do novo monstro. Devem distar uns 30 metros, não mais.
E foi numa dessas varandas que o facto se deu."

A descrição tem sido normalmente considerada como uma expansão da narrativa. Sob esse ponto de vista, uma descrição resulta frequentemente da combinação de um ou vários personagens com um cenário, um meio, uma paisagem, uma colecção de objectos. Esse cenário desencadeia o aparecimento de uma série de subtemas, de unidades constitutivas que estão em relação metonímica de inclusão: a descrição de um jardim (tema principal introdutor) pode desencadear a enumeração das diversas flores, canteiros, árvores, utensílios, etc., que constituem esse jardim. Cada subtema pode igualmente dar lugar a um maior detalhe (os diferentes tipos de flor, as suas cores, a sua beleza, o seu perfume...).

No texto dissertativo, por exemplo, a descrição funciona como uma maneira de comentar ou detalhar os argumentos contra ou a favor de determinada tese defendida pelo autor. Assim, para analisar o problema da evasão escolar, podemos utilizar como estratégia argumentativa a descrição detalhada de salas vazias, corredores vazios, estudantes desmotivados, repetência.

Numa descrição, quer literária, quer técnica, o ponto de vista do autor interfere na produção do texto. O ponto de vista consiste não apenas na posição física do observador, mas também na sua atitude, na sua predisposição afectiva em face do objecto a ser descrito. Desta forma, existe o ponto de vista físico e o ponto de vista mental.

a) Ponto de vista físico
É a perspectiva que o observador tem do objecto; pode determinar a ordem na enumeração dos pormenores significativos. Enquanto uma fotografia ou uma tela apresentam o objecto de uma só vez, a descrição apresenta-o progressivamente, detalhe por detalhe, levando o leitor a combinar impressões isoladas para formar uma imagem unificada. Por esse motivo, os detalhes não são todos apresentados num único período, mas pouco a pouco, para que o leitor, associando-os, interligando-os, possa compor a imagem que faz do objecto da descrição.

Observamos e percebemos com todos os sentidos, não apenas com os olhos. Por isso, informações a respeito de ruídos, cheiros, sensações tácteis são importantes num texto descritivo, dependendo da intenção comunicativa.
Outro factor importante diz respeito à ordem de apresentação dos detalhes.

Texto - Trecho de conversa informal (entrevista)

"Vamos ver. Bom, a sala tem forma de ele, apesar de não ser grande, né, dá dois ambientes perfeitamente separados. O primeiro ambiente da sala de estar tem um sofá forrado de couro, uma forração verde, as almofadas verdes, ladeado com duas mesinhas de mármore, abajur, um quadro, reprodução de Van Gogh. Em frente tem uma mesinha de mármore e em frente a esta mesa e portanto defronte do sofá tem um estrado com almofadas areia, o aparelho de som, um baú preto. À esquerda desse estrado há uma televisão enorme, horrorosa, depois há em frente à televisão duas poltroninhas vermelhas de jacarandá e aí termina o primeiro ambiente. Depois então no outro, no alongamento da sala há uma mesa grande com seis cadeiras com um abajur em cima, um abajur vermelho. A sala é toda pintadinha de branco ..."

Comentário sobre o texto

Neste trecho da entrevista, a informante descreve a sala, nomeando as peças que compõem os dois ambientes, reproduzidos numa sequência bem organizada. A localização da mobília é fornecida por meio de diversas expressões de lugar, como em frente, defronte, à esquerda, em cima, que ajudam a imaginar com clareza a distribuição espacial. Há uma preocupação da informante em fazer o nosso olhar percorrer a sala, dando os detalhes por meio das cores (verde, areia, preto, vermelhas), do tamanho ( televisão enorme, poltroninhas, mesinhas, sala pintadinha). É também interessante observar que essa informante deixa transparecer as suas impressões pessoais, como por exemplo ao usar o adjectivo horrorosa, para falar da televisão e pintadinha, no diminutivo, referindo-se com carinho à sua sala de estar e de jantar.

b) ponto de vista mental ou psicológico
A descrição pode ser apresentada de modo a manifestar uma impressão pessoal, uma interpretação do objecto. A simpatia ou antipatia do observador pode resultar em imagens bastante diferenciadas do mesmo objecto. Deste ponto de vista, dois tipos de descrição podem ocorrer: a objectiva e a subjectiva.

A descrição objectiva, também chamada realista, é a descrição exacta, dimensional. Os detalhes não se diluem, pelo contrário, destacam-se nítidos em forma, cor, peso, tamanho, cheiro, etc. Este tipo de descrição pode ser encontrado em textos literários de intenção realista (por exemplo, em Euclides da Cunha, Eça de Queiroz, Flaubert, Zola), enquanto em textos não-literários (técnicos e científicos), a descrição subjectiva reflecte o estado de espírito do observador, as suas preferências. Isto faz com que veja apenas o que quer ou pensa ver e não o que está para ser visto. O resultado dessa descrição é uma imagem vaga, diluída, nebulosa, como os quadros impressionistas do fim do século passado. É uma descrição em que predomina a conotação.

"Ao descrever um determinado ser, tendemos sempre a acentuar alguns aspectos, de acordo com a reacção que esse ser provoca em nós. Ao enfatizar tais aspectos, corremos o risco de acentuar qualidades negativas ou positivas. Mesmo usando a linguagem científica, que é imparcial, a tarefa de descrever objectivamente é bastante difícil.

Apesar dessa dificuldade, podemos atingir um grau satisfatório de imparcialidade se nos tornarmos conscientes dos sentimentos favoráveis ou desfavoráveis que as coisas podem provocar em nós. A consciência disso habilitar-nos-á a confrontar e equilibrar os julgamentos favoráveis ou desfavoráveis.

Um bom exercício consiste em fazer dois levantamentos sobre a coisa que queremos descrever: o primeiro, contendo características tendentes a enfatizar aspectos positivos; o segundo, a enfatizar aspectos negativos.

Características linguísticas da descrição

O enunciado narrativo, por ter a representação de um acontecimento, fazer-transformador, é marcado pela temporalidade, na relação situação inicial e situação final, enquanto que o enunciado descritivo, não tendo transformação, é atemporal.

Na dimensão linguística, destacam-se marcas sintático-semânticas encontradas no texto que vão facilitar a compreensão:

Predominância de verbos de estado, situação ou indicadores de propriedades, atitudes, qualidades, usados principalmente no presente e no imperfeito do indicativo (ser, estar, haver, situar-se, existir, ficar).

Enfâse na adjectivação para melhor caracterizar o que é descrito;
Exemplo:
"Era alto , magro, vestido todo de preto, com o pescoço entalado num colarinho direito. O rosto aguçado no queixo ia-se alargando até à calva, vasta e polida, um pouco amolgado no alto; tingia os cabelos que de uma orelha à outra lhe faziam colar por trás da nuca - e aquele preto lustroso dava, pelo contraste, mais brilho à calva; mas não tingia o bigode; tinha-o grisalho, farto, caído aos cantos da boca. Era muito pálido; nunca tirava as lunetas escuras. Tinha uma covinha no queixo, e as orelhas grandes muito despegadas do crânio. "(Eça de Queiroz - O Primo Basílio)

Emprego de figuras (metáforas, metonímias, comparações, sinestesias).
Exemplos:
"Era o Sr. Lemos um velho de pequena estatura, não muito gordo, mas rolho e bojudo como um vaso chinês. Apesar de seu corpo rechonchudo, tinha certa vivacidade buliçosa e saltitante que lhe dava petulância de rapaz e casava perfeitamente com os olhinhos de azougue." (José de Alencar - Senhora)

Uso de advérbios de localização espacial.
Exemplo:
"Até os onze anos, eu morei numa casa, uma casa velha, e essa casa era assim: na frente, uma grade de ferro; depois você entrava tinha um jardinzinho; no final tinha uma escadinha que devia ter uns cinco degraus; aí você entrava na sala da frente; dali tinha um corredor comprido de onde saíam três portas; no final do corredor tinha a cozinha, depois tinha uma escadinha que ia dar no quintal e atrás ainda tinha um galpão, que era o lugar da bagunça ..." (Entrevista gravada para o Projeto NURC/RJ)

"A ordem dos detalhes é, pois, muito importante. Não se faz a descrição de uma casa de maneira desordenada; ponha-se o autor na posição de quem dela se aproxima pela primeira vez; comece de fora para dentro à medida que vai caminhando na sua direcção e percebendo pouco a pouco os seus traços mais característicos com um simples correr d'olhos: primeiro, a visão do conjunto, depois a fachada, a cor das paredes, as janelas e portas, anotando alguma singularidade expressiva, algo que dê ao leitor uma ideia do seu estilo, da época da construção. Mas não se esqueça de que percebemos ou observamos com todos os sentidos, e não apenas com os olhos. Haverá sons, ruídos, cheiros, sensações de calor, vultos que passam, mil acidentes, enfim, que evitarão que se torne a descrição uma fotografia pálida daquela riqueza de impressões que os sentidos atentos podem colher. Continue o observador: entre na casa, examine a primeira peça, a posição dos móveis, a claridade ou obscuridade do ambiente, destaque o que lhe chame de pronto a atenção (um móvel antigo, uma goteira, um vão de parede, uma massa no reboco, um cão sonolento...). Continue assim gradativamente. Seria absurdo começar pela fachada, passar à cozinha, voltar à sala de visitas, sair para o quintal, regressar a um dos quartos, olhar depois para o telhado, ou notar que as paredes de fora estão descaiadas. Quase sempre a direcção em que se caminha, ou se poderia normalmente caminhar rumo ao objecto serve de roteiro, impõe uma ordem natural para a indicação dos seus pormenores."
Fica evidente que esse "passeio" pelo cenário, feito como se tivéssemos nas mãos uma câmara cinematográfica, registando os detalhes e compondo com eles um todo, deve obedecer a um roteiro coerente, evitando idas e vindas desconexas, que certamente perturbam a organização espacial e prejudicam a coerência do texto descritivo.

Textos descritivos

Conforme o objectivo a alcançar, a descrição pode ser não-literária ou literária. Na descrição não-literária, há maior preocupação com a exactidão dos detalhes e a precisão vocabular. Por ser objectiva, há predominância da denotação.

Textos descritivos não-literários

A descrição técnica é um tipo de descrição objectiva: ela recria o objecto usando uma linguagem científica, precisa. Esse tipo de texto é usado para descrever aparelhos, o seu funcionamento, as peças que os compõem, para descrever experiências, processos, etc.
Exemplo:

a) Folheto de propaganda de carro
Conforto interno - É impossível falar de conforto sem incluir o espaço interno. Os seus interiores são amplos, acomodando tranquilamente passageiros e bagagens. O Passat e o Passat Variant possuem direcção hidráulica e ar condicionado de elevada capacidade, proporcionando a climatização perfeita do ambiente.
Porta-malas - O compartimento de bagagens possui capacidade de 465 litros, que pode ser ampliada para até 1500 litros, com o encosto do banco traseiro rebaixado.
Tanque - O tanque de combustível é confeccionado em plástico reciclável e posicionado entre as rodas traseiras, para evitar a deformação em caso de colisão.

Textos descritivos literários

Na descrição literária predomina o aspecto subjectivo, com ênfase no conjunto de associações conotativas que podem ser exploradas a partir de descrições de pessoas; cenários, paisagens, espaço; ambientes; situações e coisas. Vale lembrar que textos descritivos também podem ocorrer tanto em prosa como em verso.

Descrição de pessoas

A descrição de personagem pode ser feita na primeira ou terceira pessoa. No primeiro caso, fica claro que o personagem faz parte da história; no segundo, a descrição é feita pelo narrador, que, ele próprio, pode fazer ou não parte da história.

Texto - Retrato de Mónica

Mónica é uma pessoa tão extraordinária que consegue simultaneamente: ser boa mãe de família, ser chiquíssima, ser dirigente da "Liga Internacional das Mulheres Inúteis", ajudar o marido nos negócios, fazer ginástica todas as manhãs, ser pontual, ter imensos amigos, dar muitos jantares, ir a muitos jantares, não fumar, não envelhecer, gostar de toda gente, toda gente gostar dela, coleccionar colheres do século XVII, jogar golfe, deitar-se tarde, levantar-se cedo, comer iogurte, fazer ioga, gostar de pintura abstracta, ser sócia de todas as sociedades musicais, estar sempre divertida, ser um belo exemplo de virtudes, ter muito sucesso e ser muito séria.
Tenho conhecido na vida muitas pessoas parecidas com a Mónica. Mas são só a sua caricatura. Esquecem-se sempre do ioga ou da pintura abstracta.
Por trás de tudo isto há um trabalho severo e sem tréguas e uma disciplina rigorosa e contente. Pode-se dizer que Mónica trabalha de sol a sol.
De facto, para conquistar todo o sucesso e todos os gloriosos bens que possui, Mónica teve de renunciar a três coisas: à poesia, ao amor e à santidade.

Texto - Calisto Elói
Calisto Elói, naquele tempo, orçava por quarenta e quatro anos. Não era desajeitado de sua pessoa. Tinha poucas carnes e compleição, como dizem, afidalgada. A sensível e dissimétrica saliência do abdómen devia-se ao uso destemperado da carne de porcos e outros alimentos intumescentes. Pés e mãos justificavam a raça que as gerações vieram adelgaçando de carnes. Tinha o nariz algum tanto estragado das invasões do rapé e torceduras do lenço de algodão vermelho. A dilatação das ventas e o escarlate das cartilagens não eram assim mesmo coisa de repulsão.
(Camilo Castelo Branco, A queda dum anjo) Comentário sobre a descrição de pessoas
A descrição de pessoas pode ser feita a partir das características físicas, com predomínio da objectividade, ou das características psicológicas, com predomínio da subjectividade. Muitas vezes, o autor, propositadamente, faz uma caricatura do personagem, acentuando os seus traços físicos ou comportamentais.
Os personagens podem ser apresentados directamente, isto é, num determinado momento da história, e neste caso a narrativa é momentaneamente interrompida. Podem, por outro lado, ser apresentados indirectamente, por meio de dados, como comportamentos, traços físicos, opiniões, que vão sendo indicados passo a passo, ao longo da narrativa.

Texto - Trecho de "A Relíquia" (Eça de Queiroz)
"Estávamos sobre a pedra do Calvário.
Em torno, a capela que a abriga, resplandecia com um luxo sensual e pagão. No tecto azul-ferrete brilhavam sóis de prata, signos do Zodíaco, estrelas, asas de anjos, flores de púrpura; e, dentre este fausto sideral, pendiam de correntes de pérolas os velhos símbolos da fecundidade, os ovos de avestruz, ovos sacros de Astarté e Baco de ouro. [...] Globos espelhados, pousando sobre peanhas de ébano, reflectiam as jóias dos retábulos, a refulgência das paredes revestidas de jaspe, de nácar e de ágata. E no chão, no meio deste clarão, precioso de pedraria e luz, emergindo dentre as lajes de mármore branco, destacava um bocado de rocha bruta e brava, com uma fenda alargada e polida por longos séculos de beijos e afagos beatos."

Considerações Finais
Um enunciado descritivo, portanto, é um enunciado de ser. A descrição não é um objecto literário por princípio, embora esteja sempre presente nos textos de ficção, ela encontra-se nos dicionários, na publicidade, nos textos científicos.
Há autores que apresentam a definição como um tipo de texto descritivo. Para Othon M.Garcia (1973), "a definição é uma fórmula verbal através da qual se exprime a essência de uma coisa (ser, objecto, ideia)", enquanto "a descrição consiste na enumeração de caracteres próprios dos seres (animados e inanimados), coisas, cenários, ambientes e costumes sociais; de ruídos, odores, sabores e impressões tácteis." Enquanto a definição generaliza, a descrição individualiza, isto porque, quando definimos, estamos a tratar de classes, de espécies e, quando descrevemos, estamos a detalhar indivíduos de uma espécie.
Definições de futebol
Texto extraído de uma publicidade - encontramos aqui uma interessante definição do futebol, feita de uma maneira bastante diferente daquela que está nos dicionários.
Futebol é bola na rede. Festa. Grito de golo. Não só. Não mais. No Brasil de hoje, futebol é a reunião da família, a redenção da Pátria, a união dos povos. Futebol é saúde, amizade, solidariedade, saber vencer. Futebol é arte, cultura, educação. Futebol é balé, samba, capoeira. Futebol é fonte de riqueza. Futebol é competição leal. Esta é a profissão de fé da ***. Porque a *** tem o compromisso de estar ao lado do torcedor e do cidadão brasileiro. Sempre.
Enciclopédia e Dicionário Koogan/Houaiss
Desporto no qual 22 jogadores, divididos em dois conjuntos, se esforçam por fazer entrar uma bola de couro na baliza do conjunto contrário, sem intervenção das mãos. (As primeiras regras foram elaboradas em 1860).

Como nosso colega já disse,qualquer texto jornalístico é dissertativo. Há o texto dissertativo-argumentativo, Há três etapas pelas quais um bom produtor de textos deve passar: o planejamento, a produção e a revisão textual. O texto é divido em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.


Alguns sites com textos dissertativos:

http://jbonline.terra.com.br/

http://www.globo.com/

sábado, 24 de outubro de 2015

O TEMPO ESTÁ A FICAR CURTO...



‘O tempo está acabando’, alerta ONU diante de novo recorde nas emissões de CO2 no hemisfério norte.


Diante do novo patamar atingido, no hemisfério norte, pelas médias de concentração do dióxido de carbono (CO2) na atmosfera – 400 partes por milhão (ppm) em abril, segundo divulgado da Organização Meteorológica Mundial (OMM) –, as Nações Unidas alertaram que o tempo para reduzir as emissões e controlar o aquecimento da terra “está acabando”. Esse patamar possui um significado científico e simbólico, reforçando a evidência de que a queima de combustíveis fósseis e outras atividades humanas são responsáveis pelo contínuo aumento dos gases responsáveis pelo aquecimento de nosso planeta.
“Isso deve servir para chamar a atenção sobre os constantes aumentos dos níveis de gases de efeito estufa que provocam as mudanças climáticas. Se quisermos preservar o nosso planeta para as gerações futuras, precisamos de medidas urgentes para parar novas emissões desses gases retentores de calor”, disse o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, “O tempo está se esgotando.”
Os níveis de CO2 na atmosfera no hemisfério norte já haviam alcançado a marca das 400 ppm em abril de 2012, mas esta é a primeira vez que a média mensal como um todo ultrapassou o patamar. Neste ritmo, a agência prevê que a média anual também ultrapasse a marca em 2015 ou 2016.
“O tempo está acabando”, disse o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud. “Isso deveria servir como mais um alerta para o constante aumento da concentração dos gases que estão influenciando a mudança climática.” No momento, a ONU lidera os esforços pela obtenção de um compromisso legal e global sobre o clima até o fim do ano.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, convocou uma cúpula do clima para o dia 23 de setembro com participação de líderes de governos, empresas e sociedade civil para discutir este e outros assuntos urgentes ligados às mudanças climáticas.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

3. TIPOS DE TEXTOS E INTENÇÕES COMUNICATIVAS

3. TIPOS DE TEXTOS E INTENÇÕES COMUNICATIVAS

A produção textual afirma-se como um recorrente procedimento no cotidiano dos usuários deste rico e precioso idioma: a Língua Portuguesa. Recorrente porque em se tratando de nossa estada enquanto aprendizes, isso em se tratando do ambiente escolar, produzimos uma diversidade de textos, pleiteando uma vaga no mercado de trabalho, já não falando naquela sonhada vaga na universidade ou numa entidade pública, em que a prova de redação se apresenta como um dos requisitos.
Nesse ínterim, muito se fala sobre gêneros, sobre tipos textuais, enfim, tais categorias permeiam o espaço de quem se vê inserido nessa realidade, sem dúvida. No entanto, nem sempre com a eficácia, com a precisão necessária para compor o aprendizado, levando em consideração a forma como se acredita que deveria ser. Assim, caro(a) usuário(a), cercados dessa realidade, bem como munidos da importância de levar até vocês os esclarecimentos necessários, aprimorando cada vez mais a familiaridade de que precisa dispor acerca de muitos dos aspectos tidos como relevantes, preparámos algo que, a nosso ver, promoverá uma melhor aproximação entre você e esses conhecimentos. Nesse sentido, constatemos acerca de algumas elucidações,
tendo em vista as seguintes demarcações:
Tipo textual é a forma como um texto se apresenta. É importante que não se confunda tipo textual com gênero textual.
Poesia e Prosa são formas literárias ou formas textuais.
Texto épico, dramático e lírico são gêneros literários. Tipo de texto ou tipo textual é o conteúdo do texto e o formato padrão comum dele. Gênero textual é a forma variada do texto. Um gênero textual não tem quantidade limitada: pode surgir um novo a qualquer momento. Qualquer pessoa pode "criar" um novo gênero textual, porém, tipo de texto não.
                3.1. Texto descritivo

texto descritivo é um tipo de texto que envolve a descrição de algo, seja de um objecto, pessoa, animal, lugar, acontecimento, e sua intenção é, sobretudo, transmitir para o leitor as impressões e as qualidades de algo.
Em outras palavras, o texto descritivo capta as impressões, de forma a representar a elaboração de um retrato, como uma fotografia revelada por meio das palavras.
Para tanto, alguns aspectos são de suma importância para a elaboração desse tipo textual, desde as características físicas e/ou psicológicas do que se pretende analisar, a saber: cor, textura, altura, comprimento, peso, dimensões, função, clima, tempo, vegetação, localização, sensação, dentre outros.
Para fazer um texto descritivo basta focar-se em detalhes, o autor deve enfatizar todos os detalhes e circunstâncias da ideia do seu texto, também é importante que o autor não revele todas as informações do texto de uma vez só, dando importância em todos os aspectos, para que o texto fique interessante em seu todo.
A descrição é um tipo de texto em que, por meio da enumeração de detalhes e da relação de informações, dados e características, constrói-se um “retrato verbal” daquilo que se pretende descrever.
Observem o exemplo a seguir. Trata-se de uma descrição de um objeto:
Clarinete
Um elemento clássico e imprescindível num concerto, o clarinete, com seu timbre aveludado, é o instrumento de sopro de maior extensão sonora, pelo que ocupa na banda de música o lugar do violino na orquestra.
O clarinete que possuo foi obtido após o meu nascimento, doado como presente de aniversário por meu bisavô, um velho músico, do qual carrego o nome sem tê-lo conhecido. O clarinete é feito de madeira, possui um tubo predominantemente cilíndrico formado por cinco partes dependentes entre si, em cujo encaixe prevalece a cortiça, além das chaves e anéis de junção das partes, de meta. Sua embocadura é de marfim com dois parafusos de regulagem, os quais fixam a palheta bucal.
Sua cor é confundivelmente marrom, havendo partes onde se encontra urna sensível passagem entre o castanho-claro e o escuro. Possuindo cerca de oitenta centímetros e pesando aproximadamente quatrocentos gramas, é facilmente desmontável, o que lhe confere a propriedade de caber numa caixinha de quarenta e cinco centímetros de comprimento e dez de largura.
Com pouco mais de um século, este clarinete permanece calado, latente, sem produzir sons nem músicas, pois, não herdei o dom de meu bisavô e nunca me interessei por este tipo de instrumento, mas, quem sabe se daqui a alguns anos não aparecerá um novo João Rodolfo, que herde ao mesmo tempo, de seus bisavôs e tataravôs, respectivamente, o instrumento e o dom.
 João Rodolfo Cavalcanti A. de Araújo
Características
  • Retrato verbal
  • Ausência de acção e relacção de anterioridade ou posterioridade entre as frases
  • Predomínio de substantivos, adjetivos e locuções adjectivas
  • Utilização da enumeração e comparação
  • Presença de verbos de ligação
  • Verbos flexionados no presente ou no pretérito (passado)
  • Emprego de orações coordenadas justapostas
Estrutura Descritiva
A descrição apresenta três passos para a construção:
  1. Introdução: apresentação do que se pretende descrever.
  2. Desenvolvimento: caracterização subjetiva ou objetiva da descrição.
  3. Conclusão: finalização da apresentação e caracterização de algo.
Tipos de Descrição
Conforme a intenção do texto, as descrições são classificadas em:
  • Descrição Subjectiva: apresenta as descrições de algo, todavia, evidencia as impressões pessoais do emissor (locutor) do texto. Exemplos são,os textos literários repletos de impressões dos autores.
  • Descrição Objectiva: nesse caso, o texto procura descrever de forma exacta e realista as características concretas e físicas de algo, sem atribuir juízo de valor, ou impressões subjectivas do emissor. Exemplos de descrições objetivas são os retratos falados, manuais de instruções, verbetes de dicionários e enciclopédias.
Exemplos
·         “ Naquela casa azul da esquina, mora o Sr. João da marcenaria. Lá ele mora com seus quatro filhos, a Joana que trabalha no hospital, a Maria da lojinha, o Roberto do mercado e o Julinho o caçulinha, e com a sua esposa Dona Rita, cozinheira de mão cheia, que faz bolos e docinhos para aniversário.”

·         Por esse exemplo dá para observar a maneira em que um trecho descritivo deve ser escrito, dando atenção para detalhes, e com o decorrer do texto essesdetalhes devem ser mais enfatizados, bastar seguir à risca o próprio nome ‘ descritivo ‘ descrever tudo o que o autor do texto está pensando, no entanto, seguindo esses paramentos a elaboração do texto será muito mais fácil.

  • Descrição Subjectiva
Ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias, no seu roupão de manhã, de fazenda preta, bordado a sutache, com largos botões de madrepérola; o cabelo louro um pouco desmanchado, com um tom seco do calor do travesseiro, enrolava-se, torcido no alto da cabeça pequenina, de perfil bonito; a sua pele tinha a brancura tenra e láctea das louras; com o cotovelo encostado à mesa acariciava a orelha, e, no movimento lento e suave dos seus dedos, dois anéis de rubis miudinhos davam cintilações escarlates.” (O Primo Basílio, Eça de Queiroz)
  • Descrição Objectiva
"A vítima, Solange dos Santos (22 anos), moradora da cidade de Marília, era magra, alta (1,75), cabelos pretos e curtos; nariz fino e rosto ligeiramente alongado."

                3.2. Texto Narrativo
A Narração é um tipo de texto que esboça as acções de personagens num determinado tempo e espaço. A estrutura do texto narrativo é composta de:
  • Apresentação
  • Desenvolvimento
  • Clímax
  • Desfecho.

Os Elementos da Narrativa

  • Narrador - Quem narra a história. Dividem-se em: narrador-observador; narrador personagem e narrador- onisciente.
  • Enredo - É a estrutura da narrativa, ou seja, a trama em que se desenrolam as ações. Pode ser: Enredo Linear, Enredo Não linear, Enredo Psicológico e Enredo Cronológico.
  • Personagens - São aqueles que compõem a narrativa. São classificadas emPersonagens Principais (Protagonista e Antagonista) e Personagens Secundários (Adjuvante ou Coadjuvante).
  • Tempo - Marcação do tempo, data, momento, dentro da narrativa. O tempo pode ser Cronológico ou Psicológico.
  • Espaço - Local (s) onde a narrativa se desenvolve. Podem ocorrer numAmbiente Físico, Ambiente Psicológico ou Ambiente Social.

Tipos de Narrador

  • Narrador-Personagem - A história é narrada em 1ª pessoa no qual o narrador é um personagem e participa da história.
  • Narrador-Observador - Narrado em 3ª pessoa, esse tipo de narrador conhece os fatos porém, não participa da ação.
  • Narrador-Onisciente - Esse narrador conhece todos os personagens e a trama. Nesse caso, a história é narrada em 3ª pessoa e quando apresenta fluxo de pesamentos dos personagens, a ação é narrada em 1ª pessoa.

Tipos de Discurso Narrativo

  • Discurso Direto - No discurso direto, a própria personagem fala.
  • Discurso Indireto - No discurso indireto o narrador interfere na fala da personagem. Em outras palavras, é narrado em 3ª pessoa uma vez que não aparece a fala da personagem.
  • Discurso Indireto Livre - No discurso indireto-livre há intervenções do narrador e das falas dos personagens. Nesse caso, funde-se o discurso direto com o indireto

Exemplos de Textos Narrativos

Importante frisar que dependendo da intenção do narrador, a narrativa pode ser elaborada nos discursos: direto, indireto e indireto-livre. Vejamos alguns exemplos:

Discurso Direto


Discurso Indireto


Discurso Indireto Livre

Curiosidade

  • Alguns exemplos de narrativas são: Romance, Novela, Conto, Crônica e Fábula.

3.3. Texto de diálogo

DIÁLOGO ENTRE PAI E FILHA
Sr. Jorge, um morador humilde e trabalhador da cidade de Santos está sentado confortavelmente em seu sofá em uma calma manhã de domingo, lendo seu jornal tranquilamente quando Bárbara, sua filha, chega com um ar meio abalado e o aborda:
- Bom dia pai.
– Bom dia filha, tá tudo bem?
– Mais ou menos, tenho uma notícia boa e uma ruim, qual você quer primeiro?
– Xiii, la vem, manda a ruim logo.
– A ruim é que eu estou grávida.
– O que? Não acredito, você só pode estar tirando uma com a minha cara.
– Não estou não pai, com essas coisas não se brinca.
– Você esta louca?,você só tem 17 anos, dou um duro danado pra trazer comida pra casa e você me apronta uma dessas? eu não vou trabalhar pra sustentar filho de ninguém.
– Mas pai, aconteceu…
– Aconteceu o cacete, aposto que é um desses seus amigos vagabundos que você conhece por ai.
– Ele não é vagabundo pai, ele trabalha.
– Sim, claro que trabalha, deve ser um traficantezinho de merda.
– Não pai, ele não usa drogas.
– E quantos anos tem esse moleque?
– Tem 20.
– 20? É um moleque irresponsável igual a você, eu não quero saber, se isso for mesmo verdade você pode fazer suas malas , arrumar um emprego e ir morar com ele.
Nesse momento o pai furioso, amassa o jornal, joga no chão e sai indignado em direção a porta quando sua filha pergunta:
- Pai, você não quer ouvir a boa notícia?
– Boa noticia? o que poder ser bom depois dessa desgraça que você me contou?
– O pai do meu filho é o Neymar.
– Neymar? (da uma risada irônica), além de te engravidar tem o mesmo nome ridiculo daquele jogador do Santos.
– Não pai, é ele mesmo, o Neymar do Santos.
– E da onde você conhece ele?
– Conheci ele numa festa.
– Mas você tem certeza que o filho é dele?
– Tenho pai, eu só tive relação com ele.
O pai faz uma pausa, respira fundo, caminha de volta a sala, apanha o jornal do chão, da um abraço confortante na filha e em silêncio absoluto caminha até o telefone, a filha assustada com a reação do pai pergunta:
- Pai, o que você fazer?
– Vou ligar para o Sr. Armando, meu chefe.
– Mas pra quê? O que ele tem a ver com isso?
– Calma filha, só vou avisar aquele filho da mãe que eu não vou trabalhar nem amanhã, nem depois e nem nunca mais por que eu tenho a filha mais genial do planeta.

Marcadores conversacionais
O diálogo é pautado por vocábulos e unidades fraseológicas que têm por objectivo “indicar o início e o fim de cada intervenção, a vontade de cada um deixar o outro falar ou de lhe retirar a palavra”e realçar a dimensão emotiva dos conteúdosinformativos.
Alguns exemplos de marcadores conversacionais são: então, está bem, pois, pois é, deixa lá, vá lá, diz lá, pronto, assim assim, e tal, e tudo, não sei quê, nem por isso, não dá para querer, nãopode ser, não me digas.
Alguns exemplos de marcadores conversacionais com valor interrogativo são: que tal?,não é?, não é verdade?, não é assim?, não achas?, como assim?, achas bem?, que te parece?, e tu?,como assim?, diz quem?.

Alguns exemplos de interjeições são: ah!,oh!, vamos!, viva!, oxalá!, ai!, ó!, hum!, psiu!