0-BREVE HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA
Família românica
ou
neolatina
A língua
portuguesa tem origem no latim vulgar trazido pelos romanos para a Lusitânia, onde sofreu
modificações; ou mais propriamente, é uma evolução desse latim. Os romanos
entraram na Península Ibérica no séc.III a.C.; datam de 193 a.C. os mais
antigos testemunhos históricos da luta com os Lusitanos, e essa luta continuou
até à conquista definitiva da
Lusitânia ( Imperador Augustus).
Antes de começar
a usar-se o português nos documentos ( contratos, testamentos…), eles
escreviam-se neste latim. Falava-se uma língua ( romanço), e escrevia-se
outra (latim bárbaro ). Há muitos
documentos em latim bárbaro nos Portugaliae Monumenta Historica, -
publicação da Academia Real das Ciências de Lisboa.
As palavras e expressões
portuguesas que constam dos documentos latino-barbáricos, constituem o português proto-histórico, que é a
primeira fase do português arcaico.
Esta primeira
fase pode dizer-se que durou até o séc. XII, pois em tal época principiou a
escrever-se
a língua portuguesa, ou pelo menos é de
então que datam os mais antigos documentos em língua portuguesa. Dos séc. XII
aos meados do XVI, a língua apresentava diferenças bastante significativas: era
a língua arcaica.
O português moderno, é a linguagem empregue desde o sec.XVI até
aos dias de hoje.
Nota-se
principalmente no português antigo a adoção de vários termos de origem Árabe.
(M. Said Ali, Grammatica
Histórica da Língua Portuguesa, 2a Ed.
Comp. Melhoramentos de
São Paulo, São Paulo, 1931, págs. 1-6)
O português é falado em
vários países. Existem cerca de 250 milhões de falantes. Quinta língua no
mundo.
Em tão grande
extensão territorial não pode esperar-se que exista uniformidade idiomática.
Em Angola é a língua
com maior número de falantes.
A língua, até na sua estrutura atual, não é
mais que uma teia de inovações, de actos criadores, exteriores à nossa
consciência, porque o sistema é completo em si e suficiente para preencher as
finalidades da expressão.
Vejam-se os
seguintes exemplos, sabendo-se que as áreas conservadoras usam as palavras mais
antigas no latim:
Latim
|
Português
|
Espanhol
|
Italiano
|
Francês
|
Romeno
|
FORMUSUS/BELLUS
|
formoso
|
hermoso
|
bello
|
beau
|
frumos
|
PLECARE/ARRIPARE
|
chegar
|
llegar
|
arrivare
|
arriver
|
A pleca
|
MAGIS/ PLUS
|
mais
|
más
|
più
|
plus
|
mai
|
RIVUS /FLUMEN
|
rio
|
rio
|
fiume
|
fleuve
|
rìu
|
Um
exemplo do português escrito no Séc.XVI:
* «nos auendo sobresto conselho
com muytos omens da dita Cidade […] Teemos por bem e poemos por pustura daquy
adeante»33.
* «Acordaron e poserom por
pustura»34.
* «Acordarom Os Juizes com os
vereadores e procurador que os almotaçees bem Julgarom mandam que asy se cumpra
como he comtheudo»35.
* «todos Jumtos Acordaram e poseram por pustura por
bem e gouernança da dicta çidade»36.
Bibliografia:
Atas do
Congresso sobre a Situação Atual da Língua Portuguesa no
Mundo. Lisboa,
ICALPE, 1985.
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CINTRA, Luís Filipe Lindley. Estudos
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Sá da Costa Editora, 1983.
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DA LATINIDADE À LUSOFONIA
CUNHA, Celso. Língua, Nação,
Alienação. Rio de Janeiro, Nova Fronteira,
1981.
ELIA, Sílvio. A Língua
Portuguesa no Mundo. São Paulo, Ática, 1989.
ELIA, Sílvio. Fundamentos
Histórico-Linguísticos do Português do Brasil.
Rio de Janeiro, Lucerna, 2003.
HOUAISS, Antônio. O Português
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Brasileiro, 1985.
MELO, Gladstone Chaves de. A
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Padrão Editora, 1986.
MORAIS “ BARBOSA, Jorge. A
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Ultramar, 1969.
RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas
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1986.
RODRIGUES, José Honório. Brasil
e África. 3ª ed. Rio de Janeiro, Nova
Fronteira, 1982.
SILVA NETO, Serafim. Introdução
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Brasil. 2a ed., Rio de
Janeiro, MEC/INL, 1963.
XVII). São Paulo, Ática, 1987. 2a
ed.
Cotia, Ateliê Editoral, 2008.
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